Pessoas, projectos… país!


Um dos critérios de avaliação de pessoas capazes de transformar reflexão em acção, agregadoras portanto das competências de liderança e execução, é a capacidade de reflectir e dialogar, consigo e com os outros, em ordem à realização de uma visão passível de ser comum.

Um dos critérios de avaliação de projectos capazes de transformar planos em resultados, agregadores portanto de acção humana e de resultados verificados, é a integridade dos comportamentos e competências dos seus membros em face da visão comummente delineada.

Nem todos o conseguem, mas todos podem consegui-lo. Quem está habituado a participar, liderar, gerir (e fundar) equipas, grupos ou organizações provavelmente discerne e supera facilmente o mero alcance semântico destes critérios, mas num país onde ainda uma parte da pequena elite dominante é egocêntrica, carreirista, aduladora, passadista e, portanto, desqualificada de competências de liderança, gestão e de valores públicos humanos, comunitários e inovadores – de pessoas e projectos -, não é de admirar a crescente dificuldade da saída portuguesa da actual crise com sucesso, individual e nacional.

Subsumir o exposto à actual governância nacional é já uma banalidade, decisivo para o país é o que se seguirá. E o que se seguirá depende do que hoje se fizer. Este sim vai ser o período mais importante da vida dos portugueses (sobre)vivos. O princípio começa no projecto e com as pessoas, todas elas, incluindo a captação das citadas elites baforentas, pois elas possuem o poder permitido e agem maioritariamente por padrões sistémicos herdados de antecessores e mimetizados por colegas de ‘ofício’.

Há algumas novas maneiras de trabalhar que já começaram, ao estilo bottom-up, próximas do modelo nórdico, de trabalhar e criar. Não é um estilo para todos também, porque é um exercício humilde, igualitário, de base zero, e para muitos é algo inútil, de menor e incomoda os ‘experientes’, ‘especialistas’, numa palavra os mais instalados, mas é decisivo todos superarem os mitos dos curricula para que o essencial não fique na mesma. Se cada um superar as suas crenças inibidoras destes caminhos, conseguirão elevar-se com os desafios iminentes.

Surpreendentemente, julgo que nunca vivemos tempos tão ricos para a clarificação do futuro do país!

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